O consórcio imobiliário vem ganhando força no Brasil e se consolidando como uma alternativa complementar e estratégica para quem deseja adquirir um imóvel com mais planejamento. Segundo a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), entre janeiro e maio de 2025 foram comercializados mais de R$ 186 bilhões em créditos, com 2,07 milhões de cotas vendidas, o que representa quase 20% de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior.
Sem cobrança de juros, o consórcio é baseado em um sistema de autofinanciamento entre os participantes. Porém, é importante entender que as cartas de crédito — e, consequentemente, as parcelas — são atualizadas anualmente por índices como o INCC. Essa correção existe para garantir que todos mantenham o poder de compra ao longo do tempo, já que a contemplação pode ocorrer a qualquer momento, por sorteio ou lance. Embora o consórcio não tenha juros propriamente ditos, as parcelas tendem a subir, o que precisa ser considerado no planejamento financeiro. O reajuste anual influencia diretamente o valor mensal desembolsado e, por isso, não deve ser ignorado.
Para Ricardo Gava, diretor do Ademi-Secovi/ES e executivo à frente da Gava Crédito Imobiliário, esse é justamente o ponto que exige atenção. “Apesar de não haver juros, as parcelas do consórcio são corrigidas, e isso impacta diretamente o valor mensal. O importante é que o cliente entenda isso desde o início, com clareza, para evitar frustrações”, afirma.
Outro aspecto fundamental é que a análise de crédito só ocorre no momento da contemplação. Por isso, mesmo que o cliente tenha feito todos os pagamentos corretamente, ele precisará comprovar capacidade financeira na hora de utilizar a carta, respeitando o limite de até 30% da renda bruta familiar comprometida.
A flexibilidade também é um diferencial do consórcio. O crédito pode ser utilizado para comprar, construir, reformar, adquirir terreno ou até quitar um financiamento imobiliário já em andamento. Nesses casos, o consórcio pode até se complementar ao financiamento, funcionando como uma estratégia de reestruturação financeira que ajuda a reduzir o saldo devedor e reorganizar o fluxo de pagamento.
Por tudo isso, o consórcio pode ser uma alternativa interessante para quem deseja planejar com mais tempo e menos pressa. "Mas, como qualquer modalidade, exige entendimento, disciplina e acompanhamento profissional. Mais do que apenas aderir a um grupo, o que faz a diferença é contar com uma assessoria que oriente com responsabilidade, apresente cenários realistas e ajude o cliente a tomar uma decisão segura, com total transparência — garantindo tranquilidade ao longo de toda a jornada" frisa Ricardo Gava.
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