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Pessoas refugiadas que tiveram suas vidas transformadas no ES

Projeto Ninho, uma ONG que atua desde 2020, oferecendo acolhimento aos refugiados e imigrantes que vieram para o Espírito Santo.

23/06/2025 às 07h00
Por: Redação
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Projeto Inclusão Sem Fronteiras, uma iniciativa voltada para contribuir de maneira significativa com a causa social dos refugiados. / Crédito: Divulgação.
Projeto Inclusão Sem Fronteiras, uma iniciativa voltada para contribuir de maneira significativa com a causa social dos refugiados. / Crédito: Divulgação.

Os deslocamentos forçados de pessoas em busca de melhores condições de vida estão entre as principais crises humanitárias da atualidade, atingindo mais de 122 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo cálculos da ONU, o Brasil abriga, atualmente, mais de 700 mil refugiados, vindos de países afetados por crises como Venezuela, Haiti, Afeganistão, Síria e Ucrânia. 

Na última sexta-feira, 20 de junho, foi celebrado o Dia Mundial do Refugiado, idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), homenageia a coragem das pessoas que foram forçadas a deixar seu país de origem em razão de conflitos, perseguições ou violações de direitos. 

A Lei de Refúgio brasileira (Lei nº 9.474/1997) é considerada uma das mais avançadas no mundo. O reconhecimento da comunidade internacional se estende às ações de ajuda humanitária e integração socioeconômica de refugiados e imigrantes, como o trabalho que vem sendo realizado desde que teve início o fluxo migratório venezuelano.

Um desses trabalhos é realizado no Estado, pelo Projeto Ninho, uma ONG que atua desde 2020, oferecendo acolhimento aos refugiados e imigrantes que vieram para o Espírito Santo. Pensando na inserção no mercado de trabalho dessa população, a Kora Saúde/Rede Meridional implantou o projeto “Inclusão Sem Fronteiras”, uma iniciativa voltada para contribuir de maneira significativa com a causa social dos refugiados.

Visando abrir as portas da empresa para oferecer oportunidades de trabalho a indivíduos refugiados, a Rede Meridional já empregou 25 colaboradores, a maioria refugiados vindos da Venezuela, e outros de países como Cuba e Haiti, os quais atuam principalmente nas áreas administrativas e de apoio, como os cargos de atendimento. 

A coordenadora de R&S Corporativo da Kora Saúde, Magda Costa, lembra que em menos de três meses do início do programa em 2023, já tinha cinco colaboradores refugiados atuando com sucesso. “A questão da diversidade é um grande benefício para a empresa, que passa a ter equipes bilíngues e com culturas diferentes. A maior parte das contratações acontece nos hospitais da Rede Meridional, no ES, mas já implantamos o projeto em todas as unidades da Kora Saúde no país, e chegamos a contratar mais de 40 pessoas refugiadas, vindas também de Guiné-Bissau e da Colômbia”, revelou. 

Com o projeto, a Kora Saúde tornou-se membro do “Fórum Empresas com Refugiados”, uma iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Pacto Global da ONU Brasil, que reúne atualmente cerca de 100 empresas brasileiras.

Imiry Del Valle Lemus Marín, 50 anos, exerce o cargo de assistente financeiro, na sede da Kora Saúde/Rede Meridional, em Vitória. Há seis anos no Brasil, ela, o marido e os filhos, deixaram a Venezuela devido a insegurança e problemas econômicos, enfrentados no país. Agora, seguem uma nova trajetória em Vitória, em busca de uma vida mais segura e estável. 

“Pertenço a grande quantidade de venezuelanos que tiveram que sair do país por causa da ditadura que está acontecendo lá. Tenho dois filhos gêmeos, de 16 anos, e pensando na segurança deles eu e meu marido decidimos sair do nosso país”, contou. 

Imiry revela que um dos maiores desafios foi a questão do trabalho. “A Venezuela é um país completamente misturado e tem obstáculos que atrapalham o desenvolvimento das pessoas, mas a idade não é um desses fatores. Já no Brasil, depois de certa idade é muito difícil conseguir trabalho. Quando chegamos, meu marido com 49 anos, mesmo tendo muita experiência na área de informática, graduação na Universidade Central da Venezuela, não conseguiu emprego na sua área. Ainda assim, teve oportunidade de trabalho em áreas diferentes da sua formação”. 

Ela conta que participou de uma feira de empregos, organizada pelo Projeto Ninho, mas sem muitas expectativas de conseguir emprego fixo. “Já tinha batido em várias portas, que sempre estavam fechadas para mim. Já tinha quase desistido, mas fui nesse feirão e conheci pessoas maravilhosas. E graças a Deus, uma delas me ajudou muito. Fiquei surpresa quando, em menos de 15 dias, ela disse que tinha uma entrevista de emprego. E assim fui convidada para trabalhar no grupo Kora Saúde”, comemorou.

“Desde o início quando cruzei a porta, parecia que estava em outro mundo. As pessoas sempre estão com um sorriso na cara, são amáveis comigo. Me sinto muito acolhida na Kora. Aqui sinto que minha história e minhas necessidades como uma pessoa refugiada foram compreendidas e são respeitadas. Recomendo muito o povo brasileiro, porque são extremamente acolhedores. Realmente aqui consigo frequentar qualquer lugar, sem que ninguém venha falar que não sou bem-vinda. Isso é algo que admiro no povo brasileiro, tanto que me sinto capixaba de alma”, concluiu.

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