A fibromialgia é uma síndrome crônica que impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes, com sintomas que vão além da dor física. Segundo a reumatologista da Unimed Sul Capixaba, Luiza Vallory Alochio, a doença ainda é cercada de dúvidas, mas compreender suas características é o primeiro passo para o controle eficaz.
“A fibromialgia é uma desregulação do sistema que percebe e interpreta a dor. Estímulos que normalmente não seriam incômodos passam a ser dolorosos. Isso causa uma dor generalizada, com intensidade e padrão variáveis, e geralmente vem acompanhada de alterações de sono, fadiga, dificuldade de memória e oscilações de humor”, explica a médica.
Quando as temperaturas baixam também podem piorar esses sintomas. O frio leva a uma maior rigidez muscular e articular, além de aumentar a sensibilidade nos pontos de dor, o que é mais agravante para quem convive com a fibromialgia.
A condição afeta principalmente mulheres entre 30 e 50 anos, mas pode atingir homens e pessoas de outras faixas etárias. Segundo a especialista, também é mais comum em quem já convive com outras doenças crônicas. “O diagnóstico pode ser um alívio para quem sofre há anos sem explicação, mas é preciso entender que a fibromialgia não é progressiva, embora tenha períodos mais difíceis.”
Conviver com a doença exige autoconhecimento e construção de uma rotina personalizada. “Cada paciente precisa desenvolver suas próprias estratégias para lidar com os sintomas. A prática de atividade física regular, alimentação equilibrada, sono de qualidade e apoio psicológico fazem muita diferença”, orienta.
Em relação ao tratamento, a médica destaca a eficácia das abordagens não medicamentosas. “A atividade física orientada e o acompanhamento psicológico são os pilares. Em alguns casos, utilizamos medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e moduladores de dor crônica, mas sempre com acompanhamento próximo de um reumatologista ou especialista em dor”, completa.
O cuidado contínuo e multidisciplinar é essencial para garantir mais bem-estar e autonomia às pessoas com fibromialgia. Luiza reforça: “O mais importante é o paciente entender sua condição e não se culpar. Com apoio adequado, é possível sim ter qualidade de vida.”
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