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Fotógrafo capixaba comemora 20 anos de registros da natureza. Veja 20 imagens de sua carreira.

Leonardo Merçon, que também é o fundador do Instituto Últimos Refúgios, usa a arte como ferramenta de sensibilização ambiental.

10/04/2025 às 17h38 Atualizada em 10/04/2025 às 18h26
Por: Redação
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Para Leonardo Merçon, fotografar a natureza, além de profissão, é um propósito de vida. / Crédito: Leonardo Merçon.
Para Leonardo Merçon, fotografar a natureza, além de profissão, é um propósito de vida. / Crédito: Leonardo Merçon.

Duas décadas dedicadas a registrar peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, inúmeras espécies vegetais, rios, manguezais e demais tesouros naturais. Através das lentes do fotógrafo capixaba Leonardo Merçon, a natureza tem sido eternizada para apreciação e, principalmente, para despertar nas pessoas a importância de preservá-la.  

Por isso que para Leonardo, a fotografia além de uma profissão, é também um propósito de vida. Uma história de amor que começou ainda na infância. “Quando eu era pequeno, meus pais passeavam muito por lugares na natureza. Na época da escola, eu gostava de procurar bichinhos no meio do mato. Quase reprovei porque saía muito durante as aulas”, conta o fotógrafo.

Graças a esse fascínio pela fauna e flora, Leonardo sonhava em estudar Ciências Biológicas. Os caminhos da vida, no entanto, o levaram a fazer Design Gráfico na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Mas foi durante as disciplinas sobre fotografia e os projetos de iniciação científica da faculdade que o encontro com a profissão atual aconteceu.

“A iniciação científica era bem teórica, o que me fez estudar muitos fotógrafos que se destacavam e seus diferenciais. Em um determinado momento precisei escolher entre Web Design ou Fotografia e fiquei com a segunda opção. Meu trabalho de conclusão de curso foi sobre fotografia de natureza, mas não existiam profissionais especializados aqui no Espírito Santo. Os que faziam alguns registros sobre o tema acabaram indo para outras áreas. Desistiram porque não tinha mercado”, relembra.

Diante dessa realidade, Leonardo precisou construir ele mesmo uma demanda para a área da fotografia de natureza. O início foi complicado. Muitos parques apenas permitiam a entrada para o registro fotográfico, mas não ofereciam nenhum apoio. Ao apresentar as fotos feitas, no entanto, o fotógrafo conquistou amigos e tornou-se parceiro de instituições, organizações não governamentais (ONGs) e empresas.

“Eu ajudava a lançar um projeto de conservação ambiental e os resultados das campanhas eram muito melhores do que as que não tinham fotografias da natureza. As imagens impactantes chamavam mais a atenção para a causa do meio ambiente”, conta o fotógrafo.

Em meados de 2005, Leonardo estava no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, em uma de suas empreitadas para registrar as belezas da fauna e da flora. Foi quando teve uma ideia para conscientizar a população sobre a necessidade de uma relação mais harmônica entre as pessoas e o meio ambiente. Nascia, assim, o Instituto Últimos Refúgios, uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que atua na área ambiental e cultural relacionada à conservação de espécies e ambientes.

“Eu estava escondido dentro de uma barraca para esperar os animais aparecerem e fazer os registros. Quando vi o bichinho passar, senti muita empatia. Percebi que naquele parque ele conseguia sobreviver mesmo com a natureza tão ameaçada. Na hora pensei que se o local fosse destruído, ele perderia seu último refúgio. Disso surgiu a inspiração de nome para um projeto que protegesse os últimos refúgios de tantas outras espécies”, relembra Leonardo.

Ao longo desses 20 anos de carreira, Leonardo Merçon participou de diversas expedições científicas no Espírito Santo e no Brasil, viajou para diversos países da América, África e Europa, e realizou estudos na área ambiental / cultural. Com a dissertação “Imagens que mudam o mundo”, se tornou mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável pela Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS) do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE). Em 2022, foi homenageado com a Comenda "Augusto Ruschi", que reconheceu os relevantes trabalhos desenvolvidos em defesa do meio ambiente no Espírito Santo.

Seu currículo conta também com dezenas de livros impressos e documentários em vídeo e trabalhos realizados para mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres, a National Geographic Brasil, dentre outras. Em 2015, foi um dos palestrantes do TEDx Vitória.

Para Leonardo, a fotografia, assim como os vídeos, e a arte de forma geral, sempre tiveram o papel de inspirar pessoas e promover mudanças sociais. “As imagens são usadas para passar mensagens desde a época das cavernas. A foto é uma ferramenta muito utilizada em matérias nos jornais e nos produtos culturais, como exposições, livros e documentários. Gosto muito de fazer arte com inspiração na natureza, de fazer cultura. A fotografia de natureza não é um trabalho, é minha vida. É o propósito que encontrei. Espero fotografar para sempre”, afirma, emocionado.

A pedido de Estado Capixaba, Leonardo enviou algumas de suas fotos preferidas registradas ao longo dos 20 anos de carreira. Escolhemos 20: